Eu tava cheia de dúvidas: vacinar ou não as crianças? É tanta coisa que a gente lê a respeito que pode deixar a gente se questionando, né?

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Como você já deve estar sabendo, no mês de agosto deste ano, teve início aqui no Brasil mais uma grande campanha de vacinação infantil contra o sarampo e a poliomielite.

A campanha veio em um momento fundamental, porque a imunização das crianças no Brasil tem caído vertiginosamente. A taxa de vacinação contra 17 doenças totalmente preveníveis – entre elas o sarampo e a febre amarela – atingiram no ano passado os níveis mais baixos em décadas.

Por quê, Fafá?

As razões pra a redução são muitas e vão desde o empobrecimento da população
ao horário limitado de acesso aos postos de vacinação. No entanto, uma causa fundamental pode ter um peso igualmente importante: a decisão dos responsáveis de não levarem as crianças pra vacinar. Quer seja porque acham que isso não é mais preciso, uma vez que as doenças já desapareceram; ou porque acreditam que as vacinas podem fazer algum mal ou provocar reações adversas nas crianças;
ou porque não têm tempo para levar a criança a um posto de saúde.

Vamos combinar, todos esses motivos são bem egoístas, né?

Eu vou falar por que, mas antes quero deixar claro: sim, eu sei que existem exceções. Existem crianças que não podem ser vacinadas por um ou outro motivo em um determinado momento. Mas, para todas as outras…

Esses adultos consideram apenas as suas motivações pessoais, ignorando o impacto das doenças na coletividade e nos serviços de saúde pública. Atualmente, cerca de 1 milhão de crianças de até um ano de idade não foram adequadamente imunizadas no país. Cada uma delas, se infectada, pode contaminar dezenas de outras, inclusive aquela que não podia ser vacinada. Olha a responsa! Pense no terrível efeito bola de neve.

Essas crianças estão também expostas a contrair poliomielite (paralisia infantil), hepatites A e B, tétano, difteria, coqueluche e meningite. Algumas pessoas não imunizadas na infância podem pegar essas doenças quando adultos, e então o quadro é muito mais grave, podendo inclusive afetar seus filhos não nascidos.

Felizmente, muita gente hoje nunca viu ou teve qualquer uma dessas doenças porque elas ou seus pais foram imunizados, mas essas doenças ainda existem e continuam a matar e deixar pessoas com sequelas em diversos países.

Dos três vírus combatidos pela vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), o sarampo é considerado o mais perigoso. Segundo a recomendação oficial, por ser de alto contágio, é preciso que pelo menos 95% das pessoas tenham sido vacinadas no Brasil pra que o sarampo não se espalhe. Caso contrário, basta ter uma pessoa não vacinada em uma cidade para que o vírus trazido por um infectado consiga chegar até ela. Eita viruzinho danado esse! Neste ano já foram registrados surtos de sarampo em diversos estados.

O que é sarampo, Fafá?

É uma doença que afeta o sistema imune e reduz as defesas do organismo, abrindo caminho para infecções secundárias que podem até matar, como já ocorreu com algumas crianças recentemente.

Fafá, mas e eu posso confiar nessas vacinas? Já ouvi tanta coisa a respeito…

É, eu sei. Eu também já ouvi e li muito a respeito, por isso que eu fui me informar.
O programa brasileiro de vacinação é um dos melhores do mundo. As vacinas são as mais modernas e, mesmo nos poucos casos em que gera reações adversas, pode ter certeza: eles são bem menos preocupantes do que a doença em si. E tem mais: nenhum outro país oferece cobertura gratuita tão ampla. Graças a isso milhares de vidas têm sido salvas.

Fafá e quem pode ou não ser vacinado?

Em geral, não há contraindicação para as crianças tomarem qualquer das vacinas oferecidas na rede pública, e as equipes de saúde são continuamente treinadas pra identificar aquelas que não devem receber a dose em um determinado momento.
Não faltam avisos sobre as campanhas.

Fafá e eu perdi o período da campanha, e agora?!

Nesse caso, “campanha” significa apenas período de mobilização. As vacinas estão sempre disponíveis nas unidades de saúde e, como todos os serviços do SUS, são sempre gratuitas. Assim, mesmo passado o período de mobilização, as pessoas podem ir aos postos se vacinar. As campanhas seguem esses períodos, para evitar surtos. Mas isso só funciona se um número adequado de pessoas é vacinado.

Todas as 14 vacinas necessárias estão (ou deveriam estar) amplamente disponíveis na rede pública e postos de saúde nos bairros. Então lembre: qualquer notícia contrária a vacinação hoje é certamente fake news.

Vacinas salvam vidas, inclusive a sua e a das suas crianças! Sobre isso não há dúvida.
Vacinar é proteger o presente e o futuro. A vacinação é um ato de amor, responsabilidade e solidariedade com todas as crianças e com o futuro do país.

Pra mais informações, se você continua com dúvidas, consulte o seu médico de confiança.

Contribuiu para com informações, dados, pesquisa e texto o Prof. Dr. Hilton Silva, Médico, Biólogo e Antropólogo na Universidade Federal do Pará.

Agora espalhem essas informações por aí, vamos vacinar essa criançada!

Referências pra saber mais

As razões da queda na vacinação

Vacina Tríplice V​iral – Quem pode tomar a vacina, reações adversas, eficácia e tempo de proteção da vacina

Informações sobre Vacina tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)

O que é sarampo: saiba mais sobre a doença por trás de surtos no Brasil

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