Muita gente me pede dicas de livros pra se aprofundar na arte de contar histórias ou pra estudar literatura infantil. Resolvi fazer esse post pra dar dicas de livros que já li ou que estão na minha listinha de aquisição. Imagino que, com o tempo, essa lista pode ir aumentando à medida que eu for descobrindo novos livros. Aliás, se você também tiver sugestões de boas leituras, deixe aqui nos comentários. 🙂
Ah… no final do post tem dicas em vídeo também!
A condenação de Emília: o politicamente correto na literatura infantil
Esse livro é minha primeira indicação, pra começar acertando na escolha de livros e escolha de repertório. Fruto de sua tese de doutorado na Faculdade de Educação da USP, A condenação de Emília analisa a presença de termos e comportamentos politicamente corretos nos livros e cantigas infantis, apresentando inúmeros exemplos. O autor defende que a presença de tais expressões não contribui para a formação de nossas crianças. Para Ilan Brenman, alguns livros escondem os conflitos, não abordam temas como o sofrimento e a perda, limitando a experiência do leitor e inibindo suas possibilidades de descoberta e crescimento com a literatura. Uma obra que traz uma discussão pertinente, necessária e abre um importante debate entre os educadores.
Ler antes de saber ler: Oito mitos escolares sobre a leitura literária
Como formar leitores entre aqueles que ainda não leem por conta própria? O que significa formar leitores? Por que dedicar tanta atenção à leitura literária na escola? Para responder a estas e outras questões, Ana Carolina Carvalho e Josca Ailine Baroukh, ambas professoras e formadoras, apresentam reflexões importantes acerca da formação de leitores na educação infantil e no ensino fundamental.
Elas elencam oito mitos sobre práticas recorrentes nas escolas para discutir algumas questões levantadas pelos educadores: É melhor ler ou contar histórias? Há assuntos proibidos para as crianças? Como escolher um livro para a roda de leitura? Ao longo dos capítulos as autoras também exemplificam algumas práticas vividas com professores em seus cursos de formação, enriquecendo ainda mais a discussão sobre o assunto.
Como e por que ler os clássicos universais desde cedo
A premiada escritora Ana Maria Machado nos conduz por uma fascinante viagem – um passeio pelos grandes textos da literatura universal. Um mergulho no que de melhor já se produziu em literatura infanto-juvenil. Acompanhá-la ao longo dessas páginas é constatar que ler pode transformar-se numa grande aventura. Numa linguagem saborosa, a autora nos conta um pouco de sua própria história de leitora. Suas primeiras paixões literárias, seus personagens inesquecíveis, as histórias que sempre volta a ler. Ana Maria Machado nos contagia e nos desperta a vontade de também conhecer esses personagens incríveis.
Literatura. Ontem, Hoje, Amanhã
Este livro volta-se ao público com uma provocação: o que é a literatura? a pergunta aparentemente simples guarda inúmeras armadilhas. Quais os limites da literatura? Quais são os seus tipos, suas modalidades, seus gêneros? E, mais que isso: como a ideia do que é literatura se alterou com o tempo? Para todas as idades, este texto, por seu tom saborosamente literário, acaba ele mesmo sendo objeto entre os territórios investigados em suas páginas.
Histórias de boca: O conto tradicional na educação infantil
Existe técnica para contar histórias? Qual a importância dessa atividade? Qual a diferença entre ler e contar sem livro? Como prender a atenção das crianças? A partir de perguntas feitas por professores em seus cursos de formação, a educadora e contadora de histórias Cristiane Velasco faz uma reflexão sobre o conto tradicional, abordando suas origens, características e variantes.
Discorre também sobre a figura do contador de histórias: o contador tradicional, o contador profissional e o educador contador. Considerando o brincar como a linguagem integrada de conhecimento na primeira infância, a autora insere a arte de contar e ouvir histórias nessa linguagem, abrangendo as histórias brincadas pelas crianças a partir dos contos. Sob a perspectiva de uma educação da sensibilidade, ela apresenta sugestões práticas para a arte de contar histórias em sala de aula, trata da escolha de repertório e propõe exercícios de diálogo com os contos apresentados ao longo do livro.
Arte de Cantar e Contar Histórias
Quando se trata da arte de cantar e contar histórias, Bia Bedran costuma ser uma das primeiras referências a serem citadas. Em mais de 35 anos dedicados ao público infantil, Bia construiu uma carreira de sucesso, participando ativamente da infância de várias gerações, educando, permeando sonhos e estimulando a criatividade de crianças do Brasil inteiro. Neste livro, um rico estudo sobre narrativas orais e processos criativos, ela aborda a importância da palavra contada, multiplicadora de possibilidades criativas.
Contar e encantar: Pequenos segredos da narrativa
O livro traz um relato de experiências vivenciadas pela autora, desde que a narrativa e o conto tornaram-se parte integrante de muitas pesquisas e processos de aprendizagem. Trata-se de um guia para educadores que pretendem reencontrar a literatura oral e usar cada vez mais o encantamento das histórias como uma ferramenta indispensável para a educação.
O ofício do contador de histórias
Atentas ao saber popular e à oralidade das sociedades tradicionais, Gislayne e Inno navegam entre realidade e ficção. Pés no chão, lendo no vento a vida, são parceiras de trabalho, busca e sonho, “corações olhando na mesma direção”. Em harmônica toada, conceberam este livro. Orientam com mestria o aprendiz no manejo de sua matéria-prima: a voz, o gesto, o olhar. Recuperam, no aconchego do encontro, a incomparável expressividade da palavra espontânea.
A arte da palavra e da escuta
Esse livro é uma reedição da síntese teórico-poética formulada por Regina Machado a partir de sua experiência dentro e fora da Universidade de São Paulo desde 1984. Contadora e criadora de histórias, a autora estabelece uma função cultural, social, estética e educativa para a arte da narração, além de refletir sobre a importância de se contar histórias atualmente. Quais são os recursos utilizados no processo de aprendizagem dessa arte? Qual é a importância de se conhecer autores que pensaram na narrativa tradicional e suas origens? Voltado para educadores, esse texto se concentra na utilização pedagógica dos contos tradicionais.
A psicanálise dos contos de fadas
Bruno Bettelheim faz uma radiografia das mais famosas histórias para crianças, extraindo-lhes o seu verdadeiro significado. Os contos de fadas, considerados por pais e educadores até pouco tempo como “irreais”, “falsos” e “cheios de crueldade”, são, para as crianças, o que há de mais real, por lhes falar, em linguagem mágica sobre o que é real dentro delas. Os pais temem que os contos de fadas afastem as crianças da realidade, por meio do encantamento e da fantasia.
Porém, o real, a que adultos comumente se referem, é o extremo, é o mundo circundante, talvez mais cruel do que o das fadas; o conto de fadas, por outro lado, fala de um mundo fantástico, que é bem mais real para as crianças. A psicanálise dos contos de fadas mostra as razões, as motivações psicológicas, os significados emocionais, a função de divertimento e a linguagem simbólica do inconsciente que estão subjacentes nos contos infantis.
Introdução à Literatura Infantil e Juvenil Atual
Esta obra busca refletir sobre quatro perguntas fundamentais sobre a literatura infantil e juvenil: para que servem os livros dirigidos às crianças e jovens; como facilitar essa leitura; como se caracteriza a literatura infantil e juvenil, tanto a clássica como a atual; e como definir os livros mais adequados entre tantas publicações existentes? Com diversas ilustrações e atividades didáticas sobre as questões abordadas, a obra é dividida em capítulos, e traz ao final uma série de referências bibliográficas, tanto das obras mencionadas como de outras para consulta.
Para Ler o Livro Ilustrado
Para ler o livro ilustrado, de Sophie Van der Linden, lança um novo olhar sobre esta forma de expressão que, segundo a especialista, remonta ao século XIX com o britânico Randolph Caldecott e se consolida com Onde vivem os monstros (1963), do norte americano Maurice Sendak.
Para além da reflexão teórica, a obra discute mais de trezentos títulos e traz quase seiscentas imagens e depoimentos de editores, autores e diretores de arte. Uma de suas virtudes é o diálogo constante com os principais artistas que fizeram do livro ilustrado a vertente mais inventiva da literatura internacional: do italiano Bruno Munari à alemã Jutta Bauer, da tcheca Kvě ta Pacovská à japonesa Keiko Maeo, da francesa Anne Brouillard ao húngaro Istvan Banyai. Ao lado de Crítica, teoria e literatura infantil, de Peter Hunt, e Era uma vez uma capa, de Alan Powers, esta obra alça o livro ilustrado a um novo patamar de discussão.
Era Uma Vez Uma Capa
Organizado cronologicamente, o livro recupera duzentos anos de história do livro para crianças comentando a capa de mais de quatrocentos títulos que marcaram a produção editorial no mundo todo. Além de registrar a evolução das técnicas de impressão, tipos de papéis e encadernações, o professor inglês de design Alan Powers destaca os principais ilustradores, autores e editores que contribuíram para mudar a história do livro para crianças.
Irmãos Grimm, Hans Christian Andersen, Beatrix Potter, Lewis Carroll, Carlo Collodi, Quentin Blake, Dr. Seuss, Antoine de Saint-Exupéry, Maurice Sendak, J. K. Rowling são alguns nomes abordados neste livro. É, certamente, uma referência para professores de artes gráficas, pedagogia e literatura, pesquisadores, bibliotecários, autores, ilustradores e editores. Uma linha editorial na Cosac Naify de obras que discutem criticamente livros para crianças e jovens.
A Casa Imaginária. Leitura e Literatura na Primeira Infância
Saber que a imaginação nos permite ser outras pessoas e nós mesmos, descobrir que podemos pensar, nomear, sonhar, encontrar, comover e decifrar a nós mesmos. Nesse grande texto escrito a tantas vozes por uma infinidade de autores ao longo da história é o que dá sentido à experiência literária como expressão de “nossa humanidade comum”.
O que É Qualidade em Ilustração no Livro Infantil e Juvenil. Com a Palavra o Ilustrador
Definir o que é qualidade em ilustração de livros de literatura infantil e juvenil não é tarefa fácil. No entanto, Ieda de Oliveira, doutora em Letras e especialista em literatura infantil e juvenil, reuniu um time de conceituados ilustradores brasileiros e portugueses para discorrer sobre o assunto, por meio de artigos e depoimentos. Uma obra-prima ilustrada pelas palavras dos artistas.
Traço E Prosa
O livro reúne depoimentos, em primeira pessoa, de doze dos mais importantes ilustradores de livros infantojuvenis brasileiros. Foram mais de sete anos de trabalho. Os ilustradores Odilon Moraes e Maurício Paraguassu e a educadora Rona Hanning passaram por três estados do Brasil com uma difícil missão: entrevistar doze ilustradores de destaque no mercado nacional e internacional e montar, a partir dos depoimentos coletados, um panorama da história da edição de livros infantojuvenis no país. E não de qualquer tipo de livro, mas sim dos livros ilustrados. O resultado desta empreitada está em Traço e prosa. É uma referência para se discutir o conceito de livro ilustrado, a partir daqueles que o produzem. Por meio de conversas saborosas, com conteúdo inédito, interessante para pesquisadores, professores, editores e ilustradores.
Os entrevistados são, em São Paulo: Eva Furnari, Alcy Linares, Ricardo Azevedo e Helena Alexandrino; em Minas Gerais: Eliardo França, Nelson Cruz, Marilda Castanha e Angela Lago; e no Rio de Janeiro: Rui de Oliveira, Graça Lima, Mariana Massarari e Roger Mello.
Crítica, Teoria E Literatura Infantil
O professor emérito Peter Hunt é um dos principais críticos de literatura infantil e juvenil da contemporaneidade. Esse livro foi especialmente revisado pelo autor tendo em vista o público brasileiro. Hunt discute a situação da crítica literária especializada nos livros para criança. Define os campos de atuação da “crítica”, da “literatura” e do conceito de “criança”.
Aborda os preconceitos que existem dentro das universidades com relação à literatura infantil, que dificultam o desenvolvimento da crítica especializada dentro das instituições. Relativiza se é necessário a criação de um vocabulário específico para este tipo de crítica ou se pode valer-se da já construída para os romances e contos ditos “para adultos”. Define, ainda, termos-chave desta literatura, como livro-ilustrado e livro-imagem.
Em doze capítulos e um apêndice, Hunt colhe exemplos práticos da literatura universal. A edição traz imagens internas das obras que enriquecem a leitura e compreensão. Uma obra fundamental para professores e estudantes.
Historias Curativas Para Comportamentos Desafiadores
Susan Perrow é uma médica de histórias. Ela escreve, coleciona e documenta histórias terapêuticas de um modo positivo e imaginativo de curar situações difíceis. Este livro traz os frutos do trabalho da autora com a elaboração de histórias. Ele está repleto de histórias vivas que podem ajudar a resolver uma série de comportamentos inadequados das crianças em diferentes faixas etárias. No livro, você encontrará:
• Informações sobre a contação de histórias curativas;
• Instruções para o leitor avaliar comportamentos desafiadores e identificar soluções;
• Instruções para adaptar histórias por faixas etárias e culturas;
• Uma extensa coleção de histórias novas e de contos populares tradicionais classificados por tipo de comportamento ou situação;
• Um modelo de elaboração de histórias para ajudar o leitor a criar suas próprias histórias conforme suas necessidades.
Que tal vídeos com dicas?
Uns anos atrás fiz um vídeo dando dicas de como ler pra bebês, assista!
O canal “meu bebê”, da Jonhson’s me pediu pra fazer um vídeo dando dicas de como contar histórias.