ou: pra que idade esse livro é indicado?
Cêis adoram fazer essa pergunta cada vez que indico livro. Ou pedem dicas de leituras com um tema, limitado a uma certa idade.
Qdo você pensa em livro pra adultos você se pergunta se é mais indicado para a faixa dos 23 aos 31 ou dos 57 aos 62 anos? Não, né? Que perguntas você se faz? Se a pessoa em questão gosta daquele tema, estilo, autor… por aí. Pois o mesmo pode ser aplicado às crianças, não é incrível?! A faixa etária foi criada pensando em exigências de mercado (escolas, por ex.). Vamos nos acostumar com outras formas de pensar o livro para infância? Vamos!
Abaixo os limites!
Indicar livro para infância por idade limita a abrangência da obra e a capacidade leitora da criança. Existe um livro indicado para crianças de 0 a 2 anos, por ex., mas que poderia muito bem ser apreciado por uma de 8, ou vice-versa. A de 8 não vai querer o tal livro, afinal, “já sou grande demais!”. O adulto pode não oferecer a obra pra mais nova, pois “não vai entender nada”. Estamos privando ambas as crianças de desfrutarem excelentes leituras! E, acredite, existem mtos livros bons que podem ser oferecidos às mais diversas idades. Cada criança vai fazer sua leitura, dentro de suas experiências de vida, seu perfil leitor e dependendo da mediação feita pelo adulto que está junto.
Como escolher, então?
Proponho que, ao invés de pensarmos “pra que idade é esse livro?” a gente pense “que tipo de leitura quero proporcionar a essa criança?”; “que experiências narrativas, artísticas, emocionais quero oferecer?”. Assim a gente vai olhar pro livro e pensar “que legal, meu filho gosta desse tema” ou “que bacana, quero ler junto com minha sobrinha essas poesias” ou ainda “puxa, falar sobre esse tema difícil vai ser importante para meus alunos, afinal, faz parte da vida, ” e até “acredito que minha neta precise de outras leituras e mais bagagem emocional pra ler esse livro, fica pra mais tarde”.
Importante!
Não limite o acesso achando que a criança não tem capacidade de entender. Você entende tudo dos livros que lê? Eu, certamente, não. Nem por isso deixo de lê-los. Possivelmente você vai se surpreender com as interpretações e questionamentos das crianças que possibilitarão conversas interessantes a partir das leituras.
Aqui um texto bacana e se aprofundar no tema.