Enxoval literário para bebês

Quando uma mulher fica grávida logo começa a pensar no enxoval do bebê, não é mesmo? 

Um enxoval tem roupas, fraldas, cama e brinquedos, mas poucas pessoas pensam num enxoval de histórias ou enxoval literário. Se você tiver essa oportunidade, comece desde cedo a criar um enxoval com alguns livros pra que a criança chegue ao mundo com um rico repertório à disposição dela.

Que livros e histórias podem compor um enxoval literário?

Uma opção bem comum de oferecerem para bebês são livros cartonados – aqueles com as páginas bem durinhas – ou os conhecidos livros sensoriais – aqueles com texturas pra mostrar o que é areia, o que é grama etc.

A não ser que esses livros tragam os elementos de uma história, todas essas texturas e sensações a criança irá aprender no dia a dia, manuseando a grama e a areia de um parque, ouvindo o som dos pássaros e dos carros e assim por diante.

Deixe que o mundo forneça essas sensações e reserve para os livros uma missão que tem mais a ver com eles: arte e cultura.

Existem também aqueles livros que apresentam a palavra e o objeto correspondente a ela, como a palavra bola e o desenho da bola. Isso tudo a criança também vai aprender com os objetos que serão apresentados pra ela com o tempo.

Tá, Fafá, mas até agora você só apresentou o que não escolher como opções de livro. Então o que escolher?

Eu costumo sempre indicar livros que tenham narrativas, histórias. Mas narrativas não precisam apenas ser descritas por palavras. É muito importante “ler” imagens, e existem diversas histórias visuais interessantes nos chamados livros-imagem.

Mas livros com narrativas pra bebês? Ué, e por que não? Desde cedo eles já começam a entender que existe um mundo incrível a ser desbravado e conhecido.

Também é nesses momentos que os bebês percebem que existe um adulto que está 100% presente para eles e contando uma história, num momento muito gostoso que traz diferentes sensações e reações: riso, espanto, suspense, tristeza, alegria.

Uma coisa é certa: os livros cartonados são bem resistentes a puxões e mordidas. Só que a gente não precisa se limitar a eles com medo de que a criança acabe fazendo outros livros mais frágeis em pedaços.

Nessa “fase oral”, as crianças vão colocar objetos na boca, não tem jeito. Você pode guardar os livros mais delicados pra ler junto com eles e, de vez em quando, até deixar eles pegá-los.  Apenas lembre-se de orientá-los com carinho: “Pega com cuidado”, ou “Não faz assim pra não estragar o livro”. É assim que eles irão aprender a manusear os livros.

Eu costumo pensar no livro e nas histórias como fonte de alimento. Assim como existem alimentos nutritivos e outros com baixo valor nutricional, com os livros é a mesma coisa.

Só que pra você reconhecer um livro como nutritivo ou não, é preciso antes reconhecer os ingredientes que compõem ele, como boas narrativas, imagens não estereotipadas e outras características que o tornem uma fonte rica e variada de diversão e sensações.

Por fim, uma dica que é essencial: você precisa gostar do livro que vai ler pros seus filhos.  Se achar o livro ruim, bobo ou não gostar dele por algum motivo, o bebê provavelmente não gostará da sua leitura. 

Agora, se você gostou e se identificou com o livro que tem nas mãos, tenha a certeza de que ler para ele será uma experiência divertida e muito prazerosa.

Nem só de livros vivem as histórias…

Que tal contara histórias da família dessa criança? Histórias que você ouvia quando pequena? Criar histórias a partir do que vocês estão vivendo? Sim, existe um mundo rico de histórias para além dos livros e elas são riquíssimas para serem contadas para bebês.