Tem lugar aí pra mim?
Que tal um livro pra falar sobre direitos humanos com as crianças e jovens? Esse é um livro informativo muito bacana pra apresentar pros leitores que pretendemos que se tornem críticos, que tenham o respeito como princípio e tolerantes com as diferenças e diferentes.
Tem lugar aí pra mim tem uma linguagem super acessível, um texto gostoso e rápido de ler. Fátima Mesquita, a autora, já fez um bocado de coisas nessa vida, dentre elas foi roteirista e isso ajuda a deixar o texto com uma pegada bem de “conversa com o leitor”. Gostei muito do estilo do texto.
O livro vai situando a gente no tempo e espaço, quando era um “vale-tudo” aqui nesse Planeta, onde tudo era possível: escravizar, bater, torturar, tomar bens, matar, mandar e desmandar e o que mais desse na telha do “bicho humano”. De uma forma bem simples e fácil de compreender ela explica, então, como surgiram os direitos humanos, as várias ações que foram surgindo até se chegar no que temos hoje e porquê é importante ter uma declaração com essas ainda nos dias de hoje.
Ajuda a entender como surgem os preconceitos e como eles podem virar discriminação. Explica o que é racismo, homofobia, sexismo, bullying, xenofobia, intolerância religiosa etc. Aborda sobre o estatuto do idoso e também do estatuto da criança e do adolescente. Fala de direitos e deveres.
Dados e referências
Minha única crítica é não ter informações de onde os dados foram tirados. Por exemplo: “No Brasil temos uma população de mais de 207 milhões de pessoas. Desse total, 45 milhões têm alguma deficiência…”. Cada vez que era apresentado algo nesse sentido eu queria saber de onde saiu aquele número ou informação. Em época de “fake news” a gente aprende a ser crítico e querer checar tudo que nos falam, né? Não estou questionando se a informação está correta, mas é tão bom quando temos as fontes, acho que isso fortalece ainda mais o discurso.
Enfim, um livro que trata de uma forma super interessante tantos assuntos importantes e que estão em pauta nesse momento. Bacana pra todo mundo (não só as crianças e adolescentes) ler e refletir. Ahh e é curtinho, leitura rápida mesmo, apesar de assuntos que podem ser tão densos.