Av\u00f3 Amarela vestia sua boca depois de tomar o caf\u00e9. Depois de \nlevar flores ao filho Preto e Branco o resto do caminho era feito de \nsaudade e l\u00e1grima. Pro almo\u00e7o de domingo, os Filhos Coloridos traziam os\n netos. Todos comiam, mas a Av\u00f3 Amarela era sempre a \u00faltima a sentar-se \u00e0\n mesa e n\u00e3o almo\u00e7ava. O domingo se arrastava pelo dia. Os filhos se \nrevezavam entre cochilos e rodadas de buraco, comandadas pelo av\u00f4. A av\u00f3\n separava quitutes pra toda fam\u00edlia levar pra casa e, dessa maneira, \ntodos podiam visit\u00e1-la em cada mordida. Uma av\u00f3 que cozinhava bilhetes. \u2764<\/p>\n\n\n\n

Ah… esse livro! Ele chegou na minha caixa postal j\u00e1 tem mais de um m\u00eas e tava esperando pacientemente. Coloquei na minha mala pra me acompanhar em Gramado e n\u00e3o poderia ter escolhido melhor dia e local pra ler essa preciosidade. Li nessa manh\u00e3 de domingo, antes mesmo de sair da cama. Na frente da pousada em que estou hospedada tem muitas hort\u00eansias. Domingos e hort\u00eansias: dois elementos que me lembram muito minha av\u00f3 Lourdes. Lendo essas lembran\u00e7as da autora J\u00falia Medeiros, num texto t\u00e3o po\u00e9tico, delicado, criativo e sens\u00edvel, me emocionei diversas vezes lembrando de momentos da familiarada reunida nos tradicionais almo\u00e7os de domingo na casa da minha v\u00f3.<\/p>\n\n\n\n

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  O projeto gr\u00e1fico da Raquel Matsushita e as ilustra\u00e7\u00f5es da Elisa Carareto s\u00e3o de uma lindeza e poesia sem fim e refletem a criatividade e delicadeza do texto. Esse \u00e9 o primeiro livro tanto da J\u00falia quanto da Elisa e eu j\u00e1 t\u00f4 aqui na espera pra ver que outras belezuras elas reservam pra gente. <\/p>\n\n\n\n

  Obrigada Oz\u00e9 Editora<\/a> pelo livro enviado. Ser\u00e1 lido e relido muitas vezes, ele tem gostinho de saudade e aconchego.<\/p>\n\n\n\n